segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VACINA DA GRIPE A


Tomar ou não tomar eis a questão...

Ao longo destes últimos tempos não se ouve falar de outra coisa...uns acham que é fundamental outros acham que de nada serve... eu por indicação da minha médica e atendendo ao facto de ser transplantada fui aconselhada a ser vacinada. E como é óbvio aceitei pois desde pequena que me ensinaram que as vacinas servem para nos proteger das doenças. Já fui vacinada no passado dia dois de Novembro e sinto-me lindamente, a única coisa que senti foram dores no braço nada mais...

Por isso só me resta dizer que devemos aproveitar a VIDA ao máximo, vivendo-a INTENSAMENTE...
Apesar de todos os momentos difíceis que a mesma nos coloca, devemos
conseguir ultrapassá-los e depois sorrir dessas dificuldades...
Quando se passa por esta VIDA com verdade nos SENTIMENTOS e de
bem connosco próprios, há a possibilidade de haver um sorriso para nós
mesmos...
A vida foi-nos oferecida e o uso que fizermos dela depende muito de nós
próprios e dos outros...
A vida foi-nos oferecida e em troca sabemos que vamos ter que sair
de cena...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

FARTA QUE PENSEM QUE TENHO A GRIPE A

Quase a completar um ano de uma nova vida, toda ela repleta de coisas boas cá me encontro a dar-vos conta da minha evolução. Pois é, já estou a regressar praticamente à minha vida normal, mas ultimamente não tem sido fácil para mim andar na rua, pois as pessoas parece que fogem de mim e fazem comentários desagradáveis, e eu sempre os ignorei mas devido ao desenvolvimento da Gripe A em Portugal e no resto do mundo os comentários aumentaram e são feitos de uma forma diferente. Mas eu já devia estar preparada para isso.
Contudo, quero aproveitar a oportunidade que me deram para vos explicar que eu não tenho Gripe A. Apenas uso a Máscara para me proteger, NÃO tenho nada de contagioso, pelo contrário tenho é que ter cuidado com o que vocês me possam transmitir uma vez que o meu sistema imunitário tem poucas defesas. A máscara tem que ser usada durante algum tempo em todo o tipo de situações e depois sempre que me dirija a um hospital ou centro de saúde ou a locais com muita gente. No caso de estar em contacto com pessoas constipadas também é fundamental o uso da mesma.
Acima de tudo quero que saibam que sou uma pessoa normal com algumas limitações mas com muita vontade de viver e de vencer na Vida... Em jeito de conclusão deixo-vos este poema de Fernando Pessoa que demonstra um pouco o meu estado de espírito...
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Notícia publicada no Jornal A Verdade no dia 24 de Julho de 2009

domingo, 1 de março de 2009

MAIS UMA VITÓRIA...

Um problema crónico de origem genética destinou Jorge Silva a uma vida com muitos problemas de saúde. Os primeiros exames foram feitos na Alemanha, mas a barreira linguística acabou por adiar o nome da doença, que só viria a conhecer aos 22 anos quando foi internado pela primeira vez: fibrose quística.
Pulmões, pâncreas e fígado são os órgãos mais afectados por esta doença, a ponto de o Jorge ter infecções pulmonares sistemáticas e não conseguir estar mais de oito dias sem tomar antibióticos. O excesso de medicamentos trouxe-lhe mais uma complicação: insuficiência renal. «É muito raro estar associada à fibrose quística», esclarece Elisabete, mulher de Jorge. Há sete anos, começou a fazer diálise. E a partir daqui tudo ficou mais difícil. A hipótese transplante, primeiro de rim, depois de pulmões, começou a ser equacionada.
No Hospital de S. João, no Porto, os médicos deram meses de vida a Jorge. Mas deram-lhe também uma esperança: fazer um duplo transplante na Corunha. Elisabete e Jorge agarraram a oportunidade. Quariam fugir à inevitabilidade de uma doença que tem uma esperança média de vida de 30 anos.
Na altura não sabiam que esta operação nunca tinha sido feita. «Pesquisei na net e não encontrei nada. Só sabia que em Espanha nunca tinham feito», conta Elisabete. «Se já se fez isto, não há registo», acrescenta Jorge.
Veja aqui a reportagem vídeo.
Chegaram à Corunha no dia 28 de Novembro de 2006. Jorge só seria operado a 3 de Outubro de 2008. A espera foi terrível para os dois. Tanto mais que lhes tinham falado em seis meses.
«Foi uma alteração muito grande na minha vida. Acompanhei-o durante cinco a seis semanas e depois tive de regressar ao trabalho e acompanhar o nosso filho. A minha vida passou a ser Portugal/Corunha. Nos primeiros nove meses ía à sexta-feira à noite para a Corunha e regressava ao domingo à noite. Depois tive de abrandar. Passei a ir de 15 em 15 dias e nas férias». Elisabete emociona-se. «É muito doloroso». Recomeça: «Acho que os primeiros meses consegui viver isto com algum cansaço, mas com relativa leveza... mas depois...».
Mais do que a distância da família e a ansiedade da espera, o mais doloroso para Jorge foi a reanimação, os 52 dias que passou nos cuidados intensivos, entubado, sem falar e sem conseguir dormir. São momentos que prefere deixar para trás. Porque agora é tempo de olhar para o futuro. Jorge Silva fez o primeiro duplo transplante do mundo e tem razões para se sentir feliz.
«Sobrevivi e rejuvenesci»
«Fui o exemplo de que nada é impossível. E aos olhos de outras pessoas com problemas similares sou um símbolo de esperança. Espero que vejam em mim uma luz, uma porta aberta», diz Jorge. Sente-se um sobrevivente? «Um bocado. Após dois anos de luta, depois de tudo o que fiz a família passar, as montanhas que cruzei... sinto que sobrevivi e que rejuvenesci».
Nesta fase, existe risco de infecções porque Jorge está a tomar uma grande dose de imunossupressores para evitar uma rejeição dos órgãos. Daí utilizar uma máscara. Mas depois quer ter uma vida normal. Agora tem três rins, dois que não funcionam e um transplantado. E tem dois pulmões novos com o código genético do dador, o que os defenderá da fibrose quística. É certo que os órgãos transplantados duram em média dez anos e depois o processo terá de ser repetido, mas não é tempo de pensar nisso.
Com 38 anos, e uma grande história para contar, Jorge quer passar os próximos meses a estabilizar e a recuperar o tempo perdido com a família. No primeiro ano terá consultas sistemáticas no S. João e muitas idas à Corunha, mas depois gostava de voltar a trabalhar. Para se sentir útil à sociedade, porque não é velho, e para ajudar a família. Porque a reforma por invalidez de 280 euros não chega sequer para pagar as desinfecções diárias e obrigatórias da sua casa.